Cohousing: conheça um modelo de moradia compartilhada para idosos


Já ouviu falar em cohousing? É um modelo de habitação que abre as portas para a convivência de maneira colaborativa. Cada um tem um cantinho para chamar de seu (um lar doce lar), mas as áreas comuns de moradia são compartilhadas. Mundialmente, há várias comunidades residenciais que seguem esses moldes e que são voltadas para os idosos. Aqui no Brasil , essa tendência começa a caminhar – e é muito bem-vinda ao longo do processo de envelhecimento.
O estudo Morando sozinho na terceira idade – evidências empíricas sobre domicílios unipessoais de idosos de alta renda no Recife, realizado pela consultora financeira Simone Gueiros, responsável pela área de negócios e parcerias da Geração Xmais, revelou que 70,6% dos 402 idosos entrevistados moram sozinhos com os seus cônjuges. Mestre em gestão empresarial pela Faculdade Boa Viagem/ DeVry Brasil, Simone constatou que o ambiente comunitário melhora a qualidade de vida das pessoas. É um tipo de moradia que foi concebido na Dinamarca, na década de 1970, e que se caracteriza por um conjunto de casas, no mesmo entorno, com áreas comuns que aproximam os moradores.
Segundo Simone, a condição de idoso significa um recomeço para indivíduos ativos, com a possibilidade de continuar morando em sua própria casa com a vantagem de criar laços afetivos com os vizinhos, por conta da proximidade. “O cohousing ainda reduz os custos para os idosos, pois eles podem dividir os serviços de manutenção de suas casas (jardineiro e empregada doméstica, por exemplo) e também os serviços pessoais (como motorista e fisioterapeuta)”, destaca a consultora financeira.
Porém, para o idoso de alta renda, de acordo com Simone, ainda há poucas opções disponíveis no Recife. “O nosso estudo pode fornecer elementos que motivem empresas de construção civil a investir neste mercado promissor. Na Dinamarca, há um modelo de moradia chamado de senior cohousing, que já existe há décadas. É uma espécie de vilarejo privado, onde cada idoso ou casal de idosos possui sua casa individual, mas privilegia os espaços comuns para convívio, refeições, lazer e o compartilhamento de prestadores de serviços a um menor custo”, frisa.
Ou seja, é uma modalidade de habitação que evita o idoso de se isolar, de se privar de estímulos e de vivenciar um empobrecimento social, cognitivo e físico. Sim, o cohousing é mais do que um residencial convencional porque tem uma proposta pra lá de especial: incentivar os vínculos afetivos, a troca de serviços e especialmente de experiências.