Episódio 2: Cozinhando e Conversando revela o fenômeno da ambrosia e de outras receitas

Geração Xmais Por Geração Xmais
Geral, publicado em 16/12/2020

Em mais um episódio do Cozinhando e Conversando, comandado pelas integrantes do movimento Geração Xmais Célia e Liliane Longman, você vai sentir como a ambrosia é permeada de afeto.

Confira:

Geração Xmais e produtos Minhoto apresentam Cozinhando e Conversando: Um toque de arcaísmo ou doce de ambrosia (Por Liliane Longman)

Seria um arcaísmo falar: “aqui está um mimo!” e depois oferecer aos netos
a nossa antiga receita de ambrosia? Essa semana resolvemos fazer ambrosia na nossa cozinha. Foi o real caldeirão da feitiçaria: junta os ingredientes, mexe somente uma vez: ferve, sobe, desce e não se mexe. Depois de mais de 1 hora fervendo, formam-se doces sozinhos.

Depois da gravação; Célia e Romero, eu e Sergio, ficamos sentados à
mesa comendo a ambrosia e se perguntando: o que nossos netos
falariam vendo esse fenômeno acontecer?

Começamos a imaginar o que cada um deles nos diria…
– “parecem lesmas gosmentas”…
– “não gostei nada, só da história”
– “tem gosto de doce de leite”…
– “É fofinho como você, vovó”…
– “eu acho que o homem aranha não comeria”….

“ é todo enrrugadinho, parece minha bivó”….

“ se só os deuses comem, melhor levar pra eles”…

“os deuses são imortais e por que não podemos ser”?

“eu vou comer só para ficar imortal. Come vovô”!

Ambrosia e netos são pura magia. Surgem para ferver nossas vidas. Pode
ser lugar comum, pouco importa, amor é brega mesmo e neto é a
breguice em cubo: só fervor e alegria.

Os netos, diferentemente dos filhos, já nasceram dentro da gente antes
de nos encontrarmos. O tema da imortalidade e da morte é conversa que
vai e volta sempre. Deveria também ser nosso. Tentamos as vezes correr
do tema. Pensar só em nossos bons momentos aqui na cozinha e
esquecer as teorias humanas, políticas, filosóficas da vida e outras mais.

Pensar só em poesia. Lembrei dos Sonetos Sinistros de Daniel Lima. Já
pedi a Sergio para agendar alguns, mas nos fica sempre o temor: será
adequado numa cozinha de avós?

Na semana passada, jantando com amigos, também confinados, Sergio
anunciou na hora da sobremesa, a leitura do Testamento( genial e de
muito humor). O nosso anfitrião com mais de 80 anos falou brincando: “Se é sinistro, quando ler, não olha pra mim”.

Pois é, temos medo de falar até no nome Morte, principalmente nesse
momento, onde a vivemos dentro da nossa casa, ao vivo, perto, tão perto.
Não tem como nos esconder. Ou a olhamos de frente ou ela entra na
nossa cozinha sem nos avisar.

Bom seria viver sempre achando que o tempo é curto. É uma boa regra a
seguir. Agora, se ainda não experimentou o fascínio da imortalidade,
pode dividir no Olimpo, com os deuses, a nossa ambrosia!

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