Nas comemorações políticas em geral, impressionam-me a nossa incapacidade de refletir nas lutas conquistadas, as faltas e os acertos. Entendo e defendo que a nossa grande verdade do feminismo é entender essa herança de violência e ódio do homem contra a mulher.
Às vésperas do domingo (8/3), nesta nova data das mulheres, queria refletir sobre a pouca ênfase dada no movimento feminista sobre a valorização e a função da maternidade.
Essa relação maternal que coloca em jogo a própria vocação da espécie humana, não tem destaque nas pautas das lutas. Talvez pela mulher só ter sido valorizada e vista, ao longo da história, como mãe.
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A grande verdade é que a maioria das mulheres que trabalha fora tem dificuldades de conciliar suas responsabilidades profissionais e maternais. Será que vamos ter que viver o quarto momento da luta feminista que seria aliar a igualdade à maternidade?
É preciso ajudar as mulheres que escolheram ser mãe e profissional.
É preciso enfrentar essa questão da maternidade valorizando essa relação humana mãe e filho como uma transcendência, como uma função social de primeira grandeza.
Não sei como esse conteúdo poderá entrar na pauta das prioridades do movimento feminista, sabendo que a maioria das mulheres perderam a ilusão de poderem dividir os papéis de educar. As mulheres falam sobre o assunto, mas pouco se exige de políticas públicas que atendam a essa questão.
Por estar vivendo uma boa velhice, e ainda ter tempo de pensar e refletir, proponho um olhar para hoje e para passado, a fim de vermos o quanto foi difícil para a maioria das mulheres trabalhadoras, que não tinham recursos para pagar babás, sacrificar os cuidados dos filhos.
Queremos mais essa bandeira de igualdade.