Loy Longman: ‘A empatia também rege a relação com o vinho’

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"Merlot, Cabernet Sauvignon, Malbec, Shiraz, Tannat, Pinot Noir, Cabernet Franc, Tempranillo, entre tantas outras uvas, nos fazem ter opções infinitas, além das possibilidades de cortes, utilizando-se um pouco de cada uma delas", escreve Loy Longman (Foto: Pixabay/Banco de Imagens)

Geral, publicado em 16/01/2020

Por Loy Longman, empresário e sommelier

Na minha infância, passava as férias em uma praia no Litoral Sul de Pernambuco chamada Barra de Serinhaém. Com ao menos 30 ou 40 primos, ficávamos literalmente soltos durante os meses de dezembro e janeiro. Não existiam muitas regras, e o mundo tão regulado de hoje; era algo inimaginável. Minha mãe tem oito irmãos, e todos levavam seus filhos para este veraneio em família. A harmonia existia, mas, entre as crianças, sempre existiam as empatias e as rixas normais da adolescência.

Clique aqui para ler sobre o nosso próximo evento e se inscrever: ‘Degustação de vinhos celebra a chegada de 2020 com a Geração Xmais’

Sempre fui muito reservado e, até os meus 13 ou 14 anos, minha timidez chegou a me atrapalhar em diversos momentos de minha vida. Havia alguns tios e primos que, apesar de admirar, não me permitia ter uma convivência mais próxima, por receio de rejeição. Talvez por eles também serem reservados como eu. Então, guardei esta imagem, deles serem quase inacessíveis. Depois, nos encontros da família, regados de muito vinho, pude aos poucos ir desmistificando essa impressão e ter uma relação de amizade com alguns deles.

A degustação de vinhos, promovida pela Geração Xmais, no dia 21 de janeiro, será comandada pelo Loy Longman.
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A questão do “pré-conceito”, de rotular as pessoas, antes de conhecer sua essência, seu conteúdo, nos impede de termos uma relação mais próxima, de trocarmos experiências e alegrias. Com o vinho não é diferente. Existem no mercado inúmeros produtores de vinho; cada um deles com mais de um rótulo, fazendo com que chegue às prateleiras uma infinidade de garrafas para ser comercializadas. Neste momento, o que nos referencia são os nomes conhecidos, os vinhos que já bebemos e estão sempre nas cartas dos restaurantes. E os outros vinhos? Os novos rótulos?

Como na vida pessoal, a empatia também rege a relação com o vinho. Se nos identificamos com um rótulo, com um produtor, com uma uva, tenderemos a beber sempre esta uva. Ruim? Acho que não, mas nosso leque sensorial ficará muito mais restrito se não experimentarmos sempre algo novo e diferente. É fundamental quebrarmos essa barreira e ir em busca do desconhecido, mesmo que os rótulos não sejam conhecidos, ou “bonitos”.

Merlot, Cabernet Sauvignon, Malbec, Shiraz, Tannat, Pinot Noir, Cabernet Franc, Tempranillo, entre tantas outras uvas, nos fazem ter opções infinitas, além das possibilidades de cortes, utilizando-se um pouco de cada uma delas.


(Foto: Pixabay/Banco de Imagens)

Concordo que nosso paladar vai identificar com qual queremos ter um relacionamento duradouro e qual será nosso caso de verão, mas temos que experimentar. Quantos rótulos temos à disposição apenas da uva Malbec, por exemplo. Com madeira ou sem, de Lujan de Cuyo ou de Salta, da Argentina ou da França, etc…. Em torno de um mesmo vinho, temos seus derivados, suas múltiplas personalidades.

Um determinado vinho, pode mudar drasticamente de uma safra para outra, pois depende das muitas variantes que envolvem o seu terroir. Vamos mais além, duas garrafas de um mesmo vinho, da mesma safra, podem ser diferentes. Ou melhor, podem parecer diferentes. Vai depender, e muito, da ocasião em que ele for tomado. Fazendo mais uma analogia às nossas relações pessoais, será que teremos a mesma impressão se conhecermos alguém numa audiência ou numa balada? Num velório ou num casamento? Assim é com o vinho. Experimente tomar um rótulo novo em seu restaurante preferido. Garanto que ele lhe parecerá melhor do que se você tomar durante uma discussão acalorada sobre política com um amigo.

Aproveite as opções que o mercado oferece, rasgue seus preconceitos, pois o vinho é feito de momentos…!

Degustação de vinhos celebra a chegada de 2020 com a Geração Xmais

A degustação de vinhos será comandada pelo empresário e sommelier Loy Longman (Foto: Freepik/Banco de Imagens)

Para dar as boas-vindas a 2020, a Geração Xmais promove o primeiro evento do ano em companhia de amigos, convidados e bons vinhos. O encontro, batizado de Vai de Vinho, será no próximo dia 21 de janeiro, das 19h às 21h, no Villa – Cozinha de Bistrô, localizado no Shopping Tacaruna, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife.

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Na ocasião, vários rótulos darão brilho a um coquetel. A degustação de vinhos será comandada pelo empresário e sommelier Loy Longman.

As inscrições custam R$ 70. As vagas são limitadas. Mais informações: 81 98272-3434.

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