Mês do Idoso: a nova longevidade clama pela quebra dos velhos preconceitos

Liliane Longman Por Liliane Longman

Precisamos começar a pensar como nós, idosos, somos sujeitos que não vamos nos acomodar (Foto: Rawpixel/Banco de Imagens)

Geral, publicado em 3/10/2019

Nada melhor do que comemorar e brindar este Mês do Idoso com um trecho da música Envelhecer, do poeta e compositor Arnaldo Antunes: “A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer”. Confesso o meu impacto do uso do moderno no envelhecer. Só um artista consegue fazer vibrar o moderno como um renascimento do velho, do envelhecimento, do idoso. Uma palavra que sempre foi usada para definir ruptura de uma nova era, de uma nova moda, de um novo tempo, somada agora ao envelhecer. Aos poucos, fui compreendendo que o impacto dessa palavra para mim estava na ordem do meu preconceito, do meu velho e rasteiro preconceito, que carrego ainda hoje.

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O preconceito é forte de valores e é forte para derrubá-lo. São construídos coletivamente na nossa história e ficam tão impregnados em nós que, na maioria das vezes, passam desapercebidos, chegando mesmo a negá-los.

É certo que, para a velhice e para cada idoso, existe uma história pessoal, mas geralmente a velhice era sempre narrada como doença, com pejorativos e palavras depreciativas. Para esses discursos saírem do preconceito, é difícil. Por isso mesmo, precisam ser tematizados para outros caminhos, outras imagens, outras práticas culturais e sociais.

Podemos encarar também que o poeta e compositor articulou ainda mais as palavras “moderno” e “envelhecer” para nos acordar dos velhos preconceitos e começar a pensar como somos sujeitos que não vamos nos acomodar. Vamos, então, produzir uma diferença a mais, uma afirmação da vida e um novo sentido que se enriquecerá com histórias que despertem a nossa alteridade.

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