‘Nada ilumina mais o cérebro do que brincar’

Anamélia Poggi Por Anamélia Poggi

Há décadas, o brincar saiu do lugar de simples distração e deixou de pertencer apenas ao universo infantil (Foto: Freepik/Banco de Imagens)

Geral, publicado em 28/01/2020

Nos últimos 40 anos, o brincar passou a ser objeto de estudo, saiu do lugar de simples distração e deixou de pertencer apenas ao universo infantil. Stuart Brown, psiquiatra, fundador do National Institute for Play, afirma: “Nada ilumina mais o cérebro do que brincar. Enquanto, para Jack Parsep, brincar é fonte de alegria para o cérebro.

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Desejamos um gerenciamento estratégico para nosso futuro e, entre alguns obstáculos, estão estresse e ansiedade, maiores vilões dos tempos acelerados. Precisamos da leveza surgida no brincar, pois haverá necessidade de muita clareza para novas escolhas, novas decisões e, dessa forma, o brincar ganha lugar como uma das estratégias.

No cérebro, estará se impulsionando o lobo frontal que influi nas decisões, a memória sendo desenvolvida e o sistema imunológico fortalecido pelo surgimento de maior equilíbrio emocional. O brincar é a forma mais simples e direta de comunicação, sendo comum a todos os povos.

No futuro próximo, a comunicação afetiva entrará como contraponto às relações, reduzidas pelas imposições tecnológicas. Eis a habilidade que fará diferença para o que mais assusta: o poder de controle da inteligência artificial. Nós seremos aqueles capazes de viver a empatia trazendo o diferencial humanizador e, para tanto, precisaremos nos preparar. Pouco temos a aprender, muito temos a nos permitir. Quando o brincar compartilhado quebra as defesas, desabrocha o ser colaborativo.

O homem é o mais brincalhão de todos os animais, já trazendo no seu cérebro tal programação. O corpo que brinca, também guarda na sua memória tais afetos que, a qualquer tempo, podem ser resgatados. Se até os músculos têm memória, soltemos o nosso corpo – e ele nos permitirá revisitar muitos lugares numa viagem no tempo. Quanto mais tivermos sido capazes de reter qualidades infantis, mais prontos para desenhar vida adulta de boa qualidade. Pelo resgate, vem oportunidade de autoconhecimento e se abre a porta para se reinventar.

Quebremos nosso preconceito com as coisas simples e demos crédito ao envolvimento. É na entrega que vivemos, e não quando analisamos o vivido, tentando ter controle sobre ele.

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